Um desafio
Oi leitores,
Vou falar um pouquinho da historia desse email, antes
de começar o post.
A Emily e o leitor que nos enviou esse relato,
mantinham contato por email, como achei os outros emails muito pessoais, não
publiquei, só vou publicar esse último, por que achei a historia bem
interessante, o email dizia assim:
“Quando entender o relato me retorne o email,
o mais breve possível”
Então resolvi lançar esse desafio, que o leitor lançou
para Emily, leiam o email ate o final, e se possivel comentem o que entenderam.
Eu não conhecia
nada mais deprimente do que ficar sozinho em casa, na época de natal. Longe dos
amigos, longe da família. Desde o acidente ninguém mais aparecera, ninguém mais
dera as caras. Nem mesmo uma árvore a piscar havia. A casa que eu amava estava
largada, empoeirada, descuidada, só me causava tristeza. Minha filha, depois
que se casou, pouco me visitara. Não gostava, sentia frio. Dizia que já sofrera
o bastante, passando aqui anos de sua infância. Ninguém mais tinha interesse
pela casa, apenas eu.
Como que só para me desmentir, a porta subitamente se
abriu. Foi algo tão inesperado que fiquei estático por alguns segundos, mas
logo reconheci o intruso. Era Pedro, o marido de minha filha. Onde ela estaria?
Ele entrou, acendeu as luzes e, displicente, largou uma mala em cima do sofá.
Com o impacto, rapidamente formou-se uma nuvem de poeira, flocos flutuantes
brilhando em várias cores. Pedro tossiu e começou a ofegar. Ávido, procurou no
bolso da calça a bombinha e levou-a à boca, aspirando várias vezes. Pudera, uma
casa abandonada não é exatamente um lugar apropriado para um asmático. Mas
então... O que ele estaria fazendo aqui?
Só podia ser! Tinha vindo atrás do dinheiro! Mas como
descobrira? Eu nunca comentara sobre o cofre! Bem, se ele sabia que havia um
cofre na casa, pelo menos não sabia onde fora instalado. Assim que melhorou,
Pedro dirigiu-se a um lugar improvável, o quarto da bagunça — quase que um
depósito.
Fui atrás dele sorrindo, vitorioso. Se Pedro achava que
seria fácil botar as mãos no meu dinheiro, estava completamente enganado. E por
que a minha filha não tinha vindo junto? Não podia ser assim! E se ele
escondesse uma parte, ou até mesmo tudo, e depois dissesse que nada havia? Não,
não, aquilo não estava certo!
Depois de procurar durante algum tempo em um dos
armários, Pedro soltou um suspiro aliviado. Tinha achado uma boneca. A boneca
de pano que minha filha mais gostava, aquela que não largava quando criança.
Estava velha, é evidente, mas ainda bem conservada. Minha filha fora sempre uma
menina cuidadosa. Natural, puxara ao pai.
Eufórico, Pedro foi até a sala e tirou da mala um
computador. Colocou-o em cima da mesa, conectou alguns fios à parede e depois
ligou a máquina. Eu sabia o que ele queria fazer. Nos últimos anos, usara a
Internet todos os finais de semana para ver e falar com minha filha. Ela não me
visitava, era o melhor que eu podia arrumar.
Sentia-me envergonhado. Duvidara de Pedro sem razão e
não podia sequer pedir desculpas. Após o ruído característico, Pedro conseguiu
a conexão e logo minha filha apareceu na tela, sua voz de menina a ecoar pela
sala. Uma onda de pura felicidade transpassou-me, arrebatadora. Eu chegara
mesmo a pensar que jamais a veria de novo! Ela estava um pouco mais gorda,
rosada, os cabelos presos num rabo de cavalo. Também achei a imagem maior e
mais definida do que a que eu estava acostumado. Seria apenas uma falsa
impressão?
Depois de falar sobre viagens e saudades, Pedro mostrou
a boneca. Minha filha sorriu, docemente. Como quando ganhava um presente. E
então sumiu da tela, para logo depois voltar. Desta vez carregava um bebê. Por
um segundo a emoção me dominou. No instante seguinte, gritei como jamais havia
gritado, surpreso, atônito, apavorado. Pobre de Pedro, se pudesse me ouvir: o
susto o teria matado.
Um espírito brilhante entrara pela janela e vinha
flutuando devagar em minha direção, envolto por uma luz difusa. Usava um hábito
de monge, mas ainda assim inspirava medo. Não era para menos, desde que eu
morrera jamais vira outro espírito! Ninguém aparecera para me receber, ninguém
viera me buscar. E em breve faria um ano! O espírito se aproximou e estremeci
quando pude olhar nos seus olhos. Cheguei mesmo a pensar em fugir, mas ele
baixou a cabeça num cumprimento, o que muito me acalmou. Depois olhou para a
tela, curioso.
— É a minha filha — expliquei, aliviado.
— Encantadora — devolveu, sereno.
— E a criança que ela está carregando é, provavelmente,
minha primeira neta — orgulhei-me.
— Exatamente por isto estou aqui.
— Como assim?
— Agora que você já viu sua neta, chegou a hora de
partirmos.
Partirmos? Mas para onde? O que ele queria dizer com
isto? E quem era ele, afinal?
— Você é um anjo? — perguntei de repente, emocionado.
O espírito abriu um largo e doce sorriso. Seus dentes
eram perfeitos, seus olhos negros brilhavam.
— Podemos dizer que sim — respondeu, misterioso.
— E vou ter que deixar minha casa?
— Não é mais sua casa, foi vendida. Mas não fique
triste, você teve e terá muitas outras.
Vendida? A minha casa? Vendida para quem? Pensei em
perguntar, mas senti que já não era tão importante. Eu tinha dúvidas mais
urgentes.
— Vamos sair flutuando?
— Claro! Você não gostaria de planar pelas ruas? Vistas
do astral, as luzes de natal são ainda mais bonitas!
Sorri para ele, pela primeira vez. Quem não gostaria,
depois de quase um ano trancado em casa? Mesmo assim, continuava inseguro.
— Você ficará comigo?
— O quanto for preciso — tranqüilizou-me.
Então um pensamento me assaltou, violento. Cheguei a
tremer de excitação, ante a simples possibilidade.
— Quão longe poderei ir?
— Mais do que consegue agora imaginar.
— E estamos com pressa?
Por um longo instante achei que o anjo fosse dizer que
sim, que não haveria tempo. Mas sua expressão desanuviou-se e ele tornou a
sorrir, cúmplice, complacente.
— Não, não estamos com nenhuma pressa.
Virei-me então para a tela do computador e disse, como
se ela pudesse me ouvir:
— Espere por mim, filha. Já estou chegando.
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Vou falar o que entendi, o cara tava morto, e ainda andava pela casa achando que tava vivo que dó que dó.
ResponderExcluir0.o
kkkk e verdade concordo com o anonimo o cara bateu as botas, e ainda ficou zonzando pela casa.=D
ResponderExcluirNão vejo desafio nenhum nisso. Qualquer pessoa com o mínimo de interpretação de texto entenderia.
ResponderExcluirConcordo com a ner oppps!!! Violeta e isso mesmo ai, qualquer pessoa entende ate eu entendi desafio idiota Hell girl do agreste. ^^
ResponderExcluirou vocês garotas são inteligente demais, ou então eu sou burro demais por que,se não fosse Emily eu não saberia nunca, o que esse relato queria dizer.
ResponderExcluirobrigado por não publicarem os outros emails.
Acho que nesse angu tem um caroço muito maior, mas td bem, oq me deixa assim, é o espirito não se responder como um anjo de vdd... E ao q parece o cara já sabia q estava consciente de sua morte desde o inicio. Tem coisa ai.
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